28.12.07

Heyk Pimenta

Dono de uma inconfundível poesia, misto de plástico-pena-gema-placa-de-metal, meio concreta e inteira sensível, não é a primeira vez que Heyk aparece aqui nas páginas do Presença.

Durante o lançamento do livreto-presente "Elementar", em novembro passado, recebi em mãos um exemplar de seu belíssimo "Neuronóseles", então recém-lançado em outubro de 2007, que traz gratas surpresas da chamada poesia de rua.

A melhor poesia do dito livreto, "O pop", já foi postada aqui, se não me engano em setembro ou agosto deste ano.
as poesias são bastante diretas em sua expressão mas ao mesmo tempo carregam conclusões fundas e desconcertantes.
é como se fosse um tiro. de plástico.

Posto aqui, do supracitado livreto do Heyk (por enquanto o único lançado deste poeta mineiro de 20 anos, residente no rio), o poema "O bicho a gente"

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Na sala
e em roda
que se fecha o ciclo
respirar conjunto

........o todo é um novo ser vivo
o esqueleto do bicho é o violão e o
.........................poema escrito

papel petisco copo de plástico com vinho
......o olhar brilhoso é que esquenta
......risada é batida do coração do bicho
o fluido fio dourado da paixão bem dito
................é o pé batendo
........................a palma o bom ouvido

........É um texugo tamanduá bonito
........forte gordo enquanto não termina o rito

........depois esquartejado
..................não morto
...........para ser montado
...........um outro
ao som de um novo
....poema poema organismo


(Heyk Pimenta, outubro de 2007)

Um comentário:

FlaM disse...

vim aqui continuar a minha leitura e dou de cara com esse poema do meu mais novíssimo poeta interlocutor
E sem nenhum comentário! Domage...
Perdeu quem não passou na minha frente!
belíssimo poema. Gostei da idéia, do argumento e da batida, ritmo à toda prova:\
........É um texugo tamanduá bonito
........forte gordo enquanto não termina o rito
mto bom!

bj,f