2.12.06

Descanso

Descanso

Dia de chuva fina,
chatinha que não quer passar.
Vou saltando poças.
Olhando as pernas grossas
da comedora de pastel
Sentindo uma proximidade maior das coisas
Reparando o olhar dos passantes encasacados
que nesses dias frios parecem mais frágeis
mais humanos.
Caminho em calma
num dia
em que nenhum xingamento me alteraria o humor.
Calmo
dentro da calma da chuva preguiçosa.
E nesta serenidade cada vez mais rara
em meio a tanto prédio e passo rápido
Ouço um ; - Boa tarde meu jovem.
Outra vez , mais acentuado
- Boa tarde meu jovem.
E reparo que se dirige a mim
Olho pro lado
e vejo o guardador de carros dizer mais uma vez
-Boa tarde meu jovem.
Retribuo o sorriso e respondo
-Boa tarde.



Julho de 2005.

2 comentários:

Isaac Frederico disse...

o poema é descritivo, subjetiva e objetivamente. transita entre coisas mundanas e sensações.

curioso notar que este poema não tem características similares aos demais poemas do william que eu li.

estaria o interlocutor da narrativa imerso nos inefáveis aromas, a esta altura ainda não-maranhenses?

renata disse...

Saravá Will!