13.8.07

Anônimo

Teu corpo nu - branco
rio verde de pequenas veias
salientes
para fora da pele,

sob a penugem amarela
e magra
a cobrir-te na extensão
que és tu agora,
quando penso.

Avisto que tua boca
sela neste resquício o que dizes
sem por muitos me focar - sufoca-me.
No que não pensas?

Assim, o nu de teu corpo
no branco lácteo de meus pequenos dentes
instala-se avaro
como o gosto da carne

e aquele cheiro
cheio de suavidades
vem demonstrar que eu ainda preciso
dentro dessa minha força raquítica

abrigar o desejo obeso de
te esquecer.

2 comentários:

Isaac Frederico disse...

elfe incisivo, poético mas claro neste poema duro e belo.
"abrigar o desejo obeso de
te esquecer"
mais que nunca, o real nem sempre são flores, as poesias do elfe são repletas desta constatação, mas raras vezes de forma negativa.

william disse...

Dura tarefa esta de deixar para trás, dura mas necessária.