20.11.06

Por uma nova pele



Outono
ou outubro
outro nada
outro tudo.
E voltarás
a teu quarto
só como sempre.
Outra noite
outro susto
ouvindo valsas
ousando um salto.
E serás o mesmo.
Outro grito
outra face
outro gesto ensaiado
outro amor não declarado.
Até quando?

6 comentários:

william galdino disse...

Bem amigos depois de muitas dificuldades e tentativas finalmente consegui postar algo, por motivo de inexperiência faltou assinar e datar, alem de repetir o título duas vezes, mas aos poucos vou aprendendo.

renata disse...

Bem-vindo William!
Isso aqui anda mais movimentado que nunca, dá gosto de ver. Bastou alguns dias fora do Rio pra voltar pra casa cheia de novidades pra ler. Estou me deliciando com teu poema de estréia - que intenso! sou apaixonada por versos viscerais como esses e tbm devo ser meio apaixonada por paixões não declaradas, então o pacote fica completo.
Salve a poesia! Presença!

Isaac Frederico disse...

por uma nova poesia.
em forma de espinha de peixe, o "até quando?" põe fogo no milharal

Isaac Frederico disse...

revisitei este poema e obtive novas sensações...
é um poema sucinto, mas cheio de vieses.

Anônimo disse...

Vejo o Will agora tomado de um Gullarismo, até se atreveu a brincar com as palavras de forma quase concreta... "Ou Ou Ou Ou - tono - tro - tro tro", coisa que ele não fazia, pois achava "vazio" demais. Mesmo sem querer...
"Outono
ou outubro
outro nada
outro tudo."
Tá aprendendo em rapaz?!!
Adorei!

william galdino disse...

Hahaha Vinicius agora entendi o porque do E-mail me chamando de Gullar, não tenho preocupações de originalidade, os poetas são ladrões, embora este não tenha sido o caso. Rafael vc colocou bem "mesmo sem querer". o poema é de 2003, surgiu numa tarde com os versos ou... ou...de maneira musical, não tinha atentado pros tro.. tro...de tanto ler poesia devo estar aprendendo rs. mas o poema vai além da forma , meu lirismo não me permite ser concreto e continuo repudiando os parnasianos.

W.Gullar